terça-feira, 8 de abril de 2008

forma, fôrmas, clichês & perguntas sobre 'como' destilar a alma nas tempestades

Primeiro, caíram na mente
as lições do grandes Mestres:

a) conhece a Verdade e Ela te libertará - mesmo
que com mais pesados grilhões que seu contrário
te prendendo ao Pulso da alma -

b) "escrever, o que seja!, apenas com Sangue!" – até
a última gota desses mares de dentro sejam cada uma
outro Mar -

c) "para ser grande, 'ser' inteiro" – aí
resta-me juntar os cacos que a Verdade & o Sangue
retalharam-me,
e fixá-los com o Verniz do Verbo,
para o julgo da Traça
ou da Eternidade.

e) “a ausência da Forma também é um forma,
mas muito mais interessante”

Desse espremer-me – surREAListicamente
em esquinas e ruas da abstração sem forma ou
fôrmas –
empresto ao vento sabor de mim em letras
que a língua estala degustando
ou a mente transforma:
combustível!

Fluem – composições, letras,
fotos, fatos – a todo e qualquer
despudorado instante,
luxuriosamente em orgias
desses desgarrados pedaços
que teimam - e queimam! -
por querer ser poesia
ou qualquer outra coisa
que ajude a salvar os dias.

Sem cosméticos,
a idéia da Beleza disto
não é retocada e vai pra Feira
assim mesmo, de cabelo despenteado,
sem bengalas, encostas
ou enfeites para ‘letras’:
só serve-lhe de alicerce & base
a nuvem que deixa apenas suas sombras
e Saudade com gosto de raiz,
de rastros.

Depois disso tudo,
esse cair na mente das lições dos grandes Mestre
subiram ao espírito – ar, sopro quente! –
e o elevaram para o Espaço
cheio de dentes e engrenagens de Estrelas
que devoram balões
só de brincadeira,
antes do jantar.

Carpaccio do meu espírito
a servir devires com vinho e verve
supostos de todo o meu incompleto Ser.

Estilo?
mesmo também sendo um ‘estilo’
a falta de estilo,
é mais aprazível pelo gosto de liberdade
que deixa na boca da escrita
e perfumes soltos
em Jardins de sonho
que a chapada realidade
até tenta,
mas não consegue suportar.


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publicada originalmente AQUI, sob licença CREATIVE COMMONS.

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