não sei quem tu és,
tampouco eu sei quem sou:
empatamos.
Empatados,
um defronte do outro,
invisíveis de cada lado do Mar de bits
separados por um Moisés digital,
sopramos vento do sopro que nos dá vida
soprando essas letras tentando lhes dar vida,
se a chuva do olho alheio nelas cair.
Brotará mais vida
de cada palavra lida - mesmo que não entendida
e mesmo que sem tempo
para degustações fonêmicas ou apreciações
gramáticas dessas entrelinhas -
?
Escorrerá dessas palavras emendadas por espaços vazios
algo para preencher a vida que se nos apresenta cheia de sua
ausência?
Não sei,
nem pergunto a você,
perdido em seu tempo
como eu perdido no meu – almas
em garrafas pet, metarecicladas
no sem-fim que espreita o fim
da página ou do poema.
Não sei quem te inventa
tanto quanto não sei quem me inventa – se
me invento? Não... não quereria-me tão pouco
com tanta letra e palavra bonita
no dicionário...
Não sei se te inventas, soprando de longe
essa alma de Qualquer Coisa..., José...
Sei de ti quanto tanto sei de mim: Nada!
a não ser letras portadoras da Alma
impregnada de Luz em uma lauda e quantos caracteres – signos
de quem nasce nas letras (& seus vazios) –
e Verbo impregnando vontades movidas a quereres que isso tudo não seja
apenas isso:
um aperto que enche o eco do peito
no fim do dia sem Música e barulhos de motores
e unhas roídas.
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poesia escrita após ler os capítulos iniciais do livro "José de Qualquer Coisa (Qualquer Coisa de Qualquer Coisa)" escrito por Paco Bernardo e disponível para download nessa página do Overmundo:
http://www.overmundo.com.br/banco/jose-de-qualquer-coisa
ai adorei.
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