quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

sobre pulos e pulsos



sobre pulos e pulsos muros
fiz carreira e pulei da beira da fronteira
pra outra beira da outra fronteira:
vi que era a mesma terra que enterra quem pisa nela duladicá
que duladilá,
que era o duladicá antes d'eu pular...

pulso voa
embrionariamente no olho colado ao passarinho,
folha, besouro, urubu, avião, pipa, balão
& esses seres novos que voam: sacos plásticos,
monóxido de carbono, migrando pro Sol.
olho olha e voa pulso anzol de sonhos,
os mesmos & de sempre doces algodão nuvem
que choram aboios em garrafas vazias gritando vento
de seu ventre música, coração invisível mola!

repentes,
abrupticivolatilidades vulcânicas,
rastros dos passos das Musas - cegas ou não -
essas que são venTempestade em corações_Brasa abertos
fogueira-garrafas dos cantadores da Morte & Vida
nossas ventre música gritada
pra espantar os espantos d'Alma...

cá,
poeira do Espaço:
detrás do perene expresso espesso Canto,
nós,
amarfanhados 'num balaio de nós'
& fronteiras - que só existem pra quem as crê -
.

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Overmundo, 23.02.2008, 21h41...

escrito após ler: O PULO na jogada de versos, de André Pêssego.

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