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Poesias sentidas no contato e leitura de outras poesias, textos diversos, palavras, frases, comentários, ditos no site www.overmundo.com.br & com a Beleza que é a Vida. Essa forma de interação me lembrou um antigo dito popular africano, de uma tribo Xhosa: 'Umuntu Ngumuntu Ngabantu'... que quer dizer, entre outros semelhantes significados: 'uma pessoa é uma pessoa através das outras pessoas'.
Um sentido é só um sentido.
Mas uma palavra que se impregna de divergências
pode chover metáforas se metarecicladas
nas curvas dos espinhos
das rosas dos ventos
nos jardins da gramática.
Se uma palavra se impregna de multiplicidades oníricas,
catapulta sentidos em divergências concretamente abstratas.
repouso a língua na ponta dos dedos que correm para voar e voar...
Costuro palavras ao sonho que tive hoje – B&P,
cinema mudo – ,
quase esquecido ao tentar viver a vida que corre hoje na ponta dos dedos
onde repousam convergências metafísicas
de um ontem adormecido
que se inflama ao ser lembrado.
Meus pés lambem o caminho tosco
por onde passeia a poesia sem asas que teima em voar
nem que seja nos céus dessa já não em branca página:
nuvens que chovem quando não há ninguém para olhar.
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André Teixeira
Aracaju, 10 de setembro de 2008
não sei quem tu és,
tampouco eu sei quem sou:
empatamos.
Empatados,
um defronte do outro,
invisíveis de cada lado do Mar de bits
separados por um Moisés digital,
sopramos vento do sopro que nos dá vida
soprando essas letras tentando lhes dar vida,
se a chuva do olho alheio nelas cair.
Brotará mais vida
de cada palavra lida - mesmo que não entendida
e mesmo que sem tempo
para degustações fonêmicas ou apreciações
gramáticas dessas entrelinhas -
?
Escorrerá dessas palavras emendadas por espaços vazios
algo para preencher a vida que se nos apresenta cheia de sua
ausência?
Não sei,
nem pergunto a você,
perdido em seu tempo
como eu perdido no meu – almas
em garrafas pet, metarecicladas
no sem-fim que espreita o fim
da página ou do poema.
Não sei quem te inventa
tanto quanto não sei quem me inventa – se
me invento? Não... não quereria-me tão pouco
com tanta letra e palavra bonita
no dicionário...
Não sei se te inventas, soprando de longe
essa alma de Qualquer Coisa..., José...
Sei de ti quanto tanto sei de mim: Nada!
a não ser letras portadoras da Alma
impregnada de Luz em uma lauda e quantos caracteres – signos
de quem nasce nas letras (& seus vazios) –
e Verbo impregnando vontades movidas a quereres que isso tudo não seja
apenas isso:
um aperto que enche o eco do peito
no fim do dia sem Música e barulhos de motores
e unhas roídas.
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de todas as impossíveis Luas jazz&m cinzentos céus nas amanhã de depois para chuvas que não passam
Hoje está cinza o céu e esconde a Lua.
Amanhã o dia será nublado e o Sol não vai sair ou entrar.
Mas sempre tem o depois de amanhã,
e depois e depois...
só não tem depois pro tempo que já passou
soprando bocas de garrafas que boiam no Espaço
cheias de mensagens lotadas de Sonhos
& Vida.
Mas a Vida geralmente posterga a Vida,
deixando pra depois o que pode ser deixado pra
depois.
Resta para dias de chuva
o céu a cidade e as pessoas com as sombras
mais limpas
do dia seguinte।
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poesia escrita originalmente aqui: http://www.overmundo.com.br/banco/visceralidadntranhasofias
sob licença Creative Commons
A inadequação à forma
molda forma, bem sei:
horizontes e janelas abertas clichês.
Assanhado sonho ergue voo
no veio verde da tenra Verdade
que lhe escorre pelos dentes, água, mel, vinho...
Desgarradas descostruções
erguem vãos de sustentar veio abstratrator
de mover peitos montanhas em minas de cobre e ouro.
Nego apenas o vazio
que assombra ainda em eco
e sombras que ficaram embaixo de algo.
Dos libertários conteúdos
presos no meu grito, - assombro
apenas os passarinhos de dentro que já não voam...
podadas asas pelas tesouras do tempo,
voa espírito incendiado e mais do que incendiando
menir, em brasas, voos supostos com vinho barato e fumo,
me apresento em mais desregrados pedaços,
suados e cansados incensos, pele etérea do pensamento,
minha palavra real, norte & sul
& leste & oeste, um coisa só ocidentOriente,
como a terra e a água e o sonho da carne,
reticentes incisivas noites de jardins
jasmins e a flor do Sonho.
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André Teixeira · Overmundo · 20/3/2008 00:40 , escrito pouco antes de ser completamente lavado por uma chuva, até chegar em casa, de alma limpa e céu cheio de estrelas cadentes nos ares do peito, em resposta à Nydia Bonetti e Marcos Bastos, em http://www.overmundo.com.br/banco/forma-formas-cliches-perguntas-sobre-como-destilar-a-alma-nas-tempestades
Não só vira
como desvira,
de dentro pra fora
e lavora dia e tardes
& noites adentro
poesia.
Perfumes dos jardins suspensos
no simulacro desejo que colhe
lavouras & frutos campo infindo
do coração.
'Deus está na chuva'
está em cada gota do suor
– chuva de dentro pra fora! –
que a outra carne nunca sacia:
sede do Doce;
ou a fome do Sal;
ou coisas que pareçam
fom&sede de orações
que a língua reza muda
desnudando lascas de chama
da outra pele, incensos supostos,
rastro de estrelas distantes
pulsando dentro do Verbo
Sopro.
Folhas ao vento,
saciadas de Sol,
deitam-se languidamente ao céu
que lhes desenha estrelas cadentes
lentamente dançando.
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GRANDE abraço!!!
p.s. - escrito ouvindo http://www.myspace.com/isaarazulclaro ...
link na colaboração: http://www.overmundo.com.br/overblog/a-voz-e-o-azul-claro-de-isaar
Overmundo · 20/3/2008 21:३२, após ler a poesia 'Quasar' de Soninha Porto.
'Mote' perpétuo
dessa engrenagem de sonhO&Sangue
que é o coração,
o Amor tranca-nos
em verdes campos,
altos mares,
desertos abissais de pão & água & mel,
e depois solta-o,
pipa no céu de um
calabouço - banquetes
de Nada -
em exposta onírutópica
fratura a vazar os melhores dias
do Mundo que alguém desse
ou do outro Mundo
possa conceber
viver, sentir, morrer...
nem que apenas
no instante de um
segundo,
moto perpétuo, sopro,
mais e mais Vida!
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Overmundo, 19h10



