quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Algebrabstrateando o que não pode ser quantificado em concretas teorias

Dividimos palavras
para multiplicar poesias,
subtraindo da alma as somas dos dias
em aritméticas lingüísticas
que desmembram o sentimento
esmiuçando-o em novos sentidos
para o velho Sentir...

As dores são as mesmas,
as cores são as mesmas,
o que diferem são os cheiros e sabores
que Matemática alguma conseguiu definir
no emaranhado de assanhos
que equacionam os sonhos
a extrair raízes
que se fincam como cruzes na topologia
da espiritual geografia.

Palavras divididas em surreais aritméticas
desenham fractais arritmias no pulso dessa desmedida
caligrafia: semioticidades a desplastificar o dia-a-dia
em carnais entrelinhas... suor e sangue lhe imprimem
as cores, cheiros, sabores e letras,
Signos dessa poesia.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Metareciclalinguagem centrifugando signosonhos de dizer o que se diz duplicado ao cubo

Uma palavra é só uma palavra.

Um sentido é só um sentido.

Mas uma palavra que se impregna de divergências

pode chover metáforas se metarecicladas

nas curvas dos espinhos

das rosas dos ventos

nos jardins da gramática.


Se uma palavra se impregna de multiplicidades oníricas,

catapulta sentidos em divergências concretamente abstratas.

repouso a língua na ponta dos dedos que correm para voar e voar...


Costuro palavras ao sonho que tive hoje – B&P,

cinema mudo – ,

quase esquecido ao tentar viver a vida que corre hoje na ponta dos dedos

onde repousam convergências metafísicas

de um ontem adormecido

que se inflama ao ser lembrado.


Meus pés lambem o caminho tosco

por onde passeia a poesia sem asas que teima em voar

nem que seja nos céus dessa já não em branca página:

nuvens que chovem quando não há ninguém para olhar.


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André Teixeira

Aracaju, 10 de setembro de 2008

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

para José de Qualquer Coisa no tempo em que não há tempo para coisa alguma

Caro José,

não sei quem tu és,

tampouco eu sei quem sou:

empatamos.


Empatados,

um defronte do outro,

invisíveis de cada lado do Mar de bits

separados por um Moisés digital,

sopramos vento do sopro que nos dá vida

soprando essas letras tentando lhes dar vida,

se a chuva do olho alheio nelas cair.


Brotará mais vida

de cada palavra lida - mesmo que não entendida

e mesmo que sem tempo

para degustações fonêmicas ou apreciações

gramáticas dessas entrelinhas -

?


Escorrerá dessas palavras emendadas por espaços vazios

algo para preencher a vida que se nos apresenta cheia de sua

ausência?


Não sei,

nem pergunto a você,

perdido em seu tempo

como eu perdido no meu – almas

em garrafas pet, metarecicladas

no sem-fim que espreita o fim

da página ou do poema.


Não sei quem te inventa

tanto quanto não sei quem me inventa – se

me invento? Não... não quereria-me tão pouco

com tanta letra e palavra bonita

no dicionário...


Não sei se te inventas, soprando de longe

essa alma de Qualquer Coisa..., José...


Sei de ti quanto tanto sei de mim: Nada!

a não ser letras portadoras da Alma

impregnada de Luz em uma lauda e quantos caracteres – signos

de quem nasce nas letras (& seus vazios) –

e Verbo impregnando vontades movidas a quereres que isso tudo não seja

apenas isso:

um aperto que enche o eco do peito

no fim do dia sem Música e barulhos de motores

e unhas roídas.



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poesia escrita após ler os capítulos iniciais do livro "José de Qualquer Coisa (Qualquer Coisa de Qualquer Coisa)" escrito por Paco Bernardo e disponível para download nessa página do Overmundo:
http://www.overmundo.com.br/banco/jose-de-qualquer-coisa

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Posted by Picasa

domingo, 13 de abril de 2008

versos públicos incendiando os olhos do coração do poeta cego

Materialidades e imaterialidades
vão se cosendo colcha de retalhos, manto-macro
sobre micro-cosmos de nós tantos, assim
meio que aos quartos, dividos, mil &m 1,
pós e tempestades de copos de ontem
movem ondas e algumas tempestades
das atemporalidades
de hoje.

A carne arrepia-se pelo fantasma que corre no vazio de suas células,
o passo vacila, o coração fica... depois vai..., corre
& joga-se ao vento comum à beira de Abismos,
peito-pipa, peito-folha, peito-vento-no-vento,
peito-saco-plástico, peito-coisa-incendiada-que-voa,
peito-balão a perder-se no emaranhado de uma noite escura...

Mas há de encontrar um bom dia seguinte logo ali, atrás daquela nuvem,
Alimento dos Sonhos de novas realidades
impregnando de horizontes reais
o fogo invisível engrenagem
que queima meus olhos
em versos públicos.


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comentário em poesia de danlima!!!

"Se não fosse teu comentário nessa poesia, o comentário-poesia abaixo não teria nascido... imaterialidades movendo materialidades, cosendo-as com o fogo das palavras! E incendiando isso tudo junto com mais gasolina: dos Anjos!!! Boa inflamável mistura! Será que isso tudo junto vai incendiar mais idéias?!! Mais lenha pra poesia? Ou mais sonho pra poesia? Quem sabe isso tudo junto e mais!!!

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O.m. · 13.4.2008 14h49

terça-feira, 8 de abril de 2008

forma, fôrmas, clichês & perguntas sobre 'como' destilar a alma nas tempestades

Primeiro, caíram na mente
as lições do grandes Mestres:

a) conhece a Verdade e Ela te libertará - mesmo
que com mais pesados grilhões que seu contrário
te prendendo ao Pulso da alma -

b) "escrever, o que seja!, apenas com Sangue!" – até
a última gota desses mares de dentro sejam cada uma
outro Mar -

c) "para ser grande, 'ser' inteiro" – aí
resta-me juntar os cacos que a Verdade & o Sangue
retalharam-me,
e fixá-los com o Verniz do Verbo,
para o julgo da Traça
ou da Eternidade.

e) “a ausência da Forma também é um forma,
mas muito mais interessante”

Desse espremer-me – surREAListicamente
em esquinas e ruas da abstração sem forma ou
fôrmas –
empresto ao vento sabor de mim em letras
que a língua estala degustando
ou a mente transforma:
combustível!

Fluem – composições, letras,
fotos, fatos – a todo e qualquer
despudorado instante,
luxuriosamente em orgias
desses desgarrados pedaços
que teimam - e queimam! -
por querer ser poesia
ou qualquer outra coisa
que ajude a salvar os dias.

Sem cosméticos,
a idéia da Beleza disto
não é retocada e vai pra Feira
assim mesmo, de cabelo despenteado,
sem bengalas, encostas
ou enfeites para ‘letras’:
só serve-lhe de alicerce & base
a nuvem que deixa apenas suas sombras
e Saudade com gosto de raiz,
de rastros.

Depois disso tudo,
esse cair na mente das lições dos grandes Mestre
subiram ao espírito – ar, sopro quente! –
e o elevaram para o Espaço
cheio de dentes e engrenagens de Estrelas
que devoram balões
só de brincadeira,
antes do jantar.

Carpaccio do meu espírito
a servir devires com vinho e verve
supostos de todo o meu incompleto Ser.

Estilo?
mesmo também sendo um ‘estilo’
a falta de estilo,
é mais aprazível pelo gosto de liberdade
que deixa na boca da escrita
e perfumes soltos
em Jardins de sonho
que a chapada realidade
até tenta,
mas não consegue suportar.


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publicada originalmente AQUI, sob licença CREATIVE COMMONS.